Brasileiros reclamam de atrasos em compras on-line internacionais

Espera por compras feitas em sites dos EUA e da Europa supera 120 dias.
Veja perguntas e respostas sobre compras on-line e saiba como agir.



Atraídos por preços convidativos ou raridades em sites internacionais, brasileiros que fazem pequenas compras em lojas on-line do exterior compartilham meses de espera por suas encomendas.

Uma enquete criada em julho por um blog de colecionadores no Facebook conta com 470 respostas de pessoas que enfrentam atrasos de mais de 90 dias em entregas, sendo que 223 participantes esperam há mais de 120 dias por suas encomendas. Muitos usuários nem sabem onde elas podem estar paradas, já que o frete mais econômico geralmente não permite rastrear o pedido.

O escritor e roteirista de histórias em quadrinhos Celso Menezes, de 34 anos, aguarda dez encomendas feitas na Amazon americana entre janeiro e fevereiro. Acostumado a comprar livros e desenhos que servem de referência para seu trabalho, ele conta que chegou a perder um projeto por não ter recebido um material pedido na loja on-line americana. “Isso causa transtornos porque preciso de alguns materiais para trabalhar, que não existem no país”, afirma o escritor. Entre as encomendas está uma edição do filme Gettysburg enviada pelo site no dia 17 de janeiro. “E nada até agora.”

O frete sem rastreamento é a opção de compra adotada por Lucio Pozzobon, de 20 anos, para economizar com filmes e CDs comprados em sites internacionais. “Tenho comprado Blu-Ray porque lá é mais barato. Por exemplo, alguns filmes são lançados aqui por R$ 69 e lá você consegue comprar por R$ 25 com impostos, sem considerar o valor do frete”, diz o estudante universitário de Santa Maria (RS), que ainda espera por pedidos realizados em dezembro do ano passado e em março deste ano. Um dos CDs encomendados em janeiro chegou em sua casa na última sexta-feira (31). "Foram sete meses de espera para a entrega de um CD", conta o estudante.

Os atrasos em compras on-line internacionais motivaram Rayan Barizza, de 28 anos, a protestar via internet. Em meados de abril, o estudante de Ribeirão Preto (SP) criou uma petição on-line que reúne mais de 14 mil assinaturas.

Barizza afirma que a petição não tem valor legal, mas foi criada como uma forma de protesto e encaminhada a diversos órgãos públicos como Receita Federal, Correios, Corregedoria Geral da Fazenda e Ministério Público Federal. “Os Correios informaram que não são responsáveis pelos atrasos e a Ouvidoria do Ministério da Fazenda respondeu com um protocolo de atendimento, agradecendo a participação”, conta.
“As encomendas devem estar paradas em algum lugar, aguardando a boa vontade dos auditores para liberação”, afirma o estudante, que não deixou de fazer compras internacionais por conta dos atrasos. “Hoje estou esperando por um teclado para tablet, um fone de ouvido Bluetooth, uma pilha recarregável e uma película protetora de celular”, conta Barizza.

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